Viagem ao Amazonas – 2023

Mais uma vez volto ao Rio Negro. Esta foi a terceira vigem com ilustradores, organizada por Dulce Nascimento que eu participo. Desta vez com um gosto diferente, pois comemorei meu 60o aniversário a bordo.
A viagem é sempre muito bem-organizada, o barco do Gilberto Castro é muito confortável, com uma tripulação incrivelmente prestativa, sempre prontos para atender da melhor forma possível a todos os passageiros. A cozinheira do barco, a Rosa, tem sempre pratos com sabores regionais deliciosos, em todas as refeições. O paciente “soldado” que conhece a floresta e suas espécies como ninguém, sempre pronto para pegar aquele galho ou aquela flor que precisamos para ilustrar. Alberto, o condutor da canoa/barco que nos leva até a margem para pegarmos nossos modelos. Biro sempre atencioso durante as refeições e que a noite prepara caipirinha de caju ou qualquer outra que queiramos experimentar. E, a super simpática Nete que deixa nossos quartos em ordem, sempre com um sorriso e fazendo fotos lindas com um olhar especial. Ou seja, graças a toda esta equipe, os dias passam tão rápido que quando nos damos conta já é hora de voltar.
Aproveito sempre estas viagens como uma forma de recarregar minhas baterias, de reencontrar o prazer de pintar, de desenhar plantas e dissecar flores, tentando aprender um pouco que seja da Botânica que durante meu curso de Biologia eu fugia, sem nem sonhar que um dia estaria assim me dedicando a ela….
Desta vez tivemos o prazer de contar com a presença de Christabel King, que foi nossa (minha e de Dulce) tutora quando tivemos a oportunidade de nos especializar em aquarela botânica no Kew Gardens em L0ndres, no âmbito da bolsa artística da Fundação Botânica Margaret Mee. Christabel, acompanhada da fotógrafa de jardins Andrea Jones participaram da viagem, e mesmo apenas vendo Christabel trabalhar é um privilégio de uma fonte de inspiração e aprendizado.
A floresta sempre me encanta, apesar do calor, da umidade e de uns poucos insetos, a grandiosidade da floresta, suas árvores centenárias, o rio, cuja margem muitas vezes nem sequer conseguimos vislumbrar, são coisas que me enchem de admiração, de um sentimento de gratidão por poder estar ali naquele lugar. O silêncio da mata, os sons da mata, os piados de aves, o canto dos sapos e rãs, são a expressão mais visceral de uma Natureza que precisamos proteger com todas nossas forças. Esse também era o ideal de Margaret Mee. Devemos continuar nessa trilha, desenhando e ilustrando a floresta e suas espécies, dando a conhecer que se a floresta deixar de existir, todas aquelas espécies que ilustramos também deixarão de existir, e, nossa própria existência, como espécie dependente da floresta também está ameaçada. 

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